Número de profissionais que não conseguem recolocação pode ter ligação direta ao número de candidatos despreparados para processos seletivos.

Por Aline Morais

A dificuldade de recolocação para um profissional desempregado ou a busca por uma nova oportunidade para um profissional empregado é motivada por diversos fatores, entre eles: o número de oferta das empresas; o número de demanda dos candidatos; a falta de capacitação dos profissionais; dentre outras, mas o assustador é o fato do número de candidatos despreparados para um processo seletivo.

Por este motivo decidi escrever este texto apresentando as principais características deste despreparo e alerto aqueles candidatos que buscam uma nova posição no mercado.

Problema número 1: Falta de foco e objetivo

Muitos candidatos se inscrevem em vaga que não tem absolutamente nada a ver com o seu perfil e muitas vezes não há um requisito se quer que confira com o currículo do candidato, por exemplo: a cidade que o candidato reside versus a cidade onde a vaga é ofertada e o mesmo não sinaliza que tem disponibilidade para mudança, além disso, o mais comum são as experiências incompatíveis.

Problema para o recrutador: perda de tempo e custo ao analisar um currículo (mesmo que isso leve 5 segundos) que será desconsiderado.

Problema para o candidato: perda de tempo e geração de expectativa para um processo que não será chamado.

Solução: o primeiro ponto é se atentar e ler o anúncio da vaga, se candidatando somente se atender requisitos aos mínimos, se acaso o candidato achar que tem alguma coisa em comum com a vaga ou mesmo se devido ao tempo que tiver desempregado quiser arriscar “qualquer coisa” ao menos faça uma revisão no currículo, tentando deixá-lo mais próximo ao perfil da vaga e descartando informações poluídas e que nada agregam, além disso, o “objetivo” tem que ser claro e específico, por exemplo: se a vaga é de Coordenador Administrativo, não adianta cadastrar o currículo que o objetivo é: Assistente/Analista/ Coordenador Administrativo/Vendas/Logística.  A mesma regra vale para a informação de pretensão salarial, o candidato tem que deixar claro quanto vale o seu trabalho.

Mensagem final: “Todos os caminhos estão errados quando você não sabe aonde quer chegar”.  (William Shakespeare)

Problema número 2: Falta de preparo para atender o telefone ou falta de habilidade de utilizar a ferramenta de e-mail, seja para acompanhar e-mails, ou seja, para respondê-los.

No primeiro contato telefônico o recrutador já começa a avaliar o candidato e o que é considerado neste momento é, principalmente, a energia, além da educação. É muito comum candidatos atenderem ao telefone em tom agressivo, por exemplo: Quem está falando? Dá onde que é? Não me lembro desta vaga não! Ou mesmo com voz de sono e com tom de desinteresse, além disso, há candidatos que deixam um telefone de recado e quando a pessoa atende não tem condições de repassá-lo. O mesmo problema ocorre com a falta de um retorno ao e-mail, muitas vezes o candidato só verificou seu e-mail uma semana depois do primeiro contato. Erros de português na fala ao telefone ou na escrita no e-mail também são fatores avaliativos.

Problema para o recrutador: perda de tempo e custo ao ligar para um candidato que será desclassificado.

Problema para o candidato: desclassificação para um processo seletivo potencial, sem ao menos ter tido a oportunidade de iniciar uma primeira fase.

Solução: o candidato deve manter o currículo atualizado com contatos e só deixar telefone para recado de quem tem condições de dá-lo, além disso, deverá consultar seu e-mail todos os dias,  quem está buscando um novo emprego, não pode achar que uma vez por semana seja o suficiente, nos dias de hoje as vagas são preenchidas de forma muito rápida e o candidato tem que acompanhar esse movimento. Além disso, é muito importante que o candidato tenha a relação de todas as vagas que se candidatou, para estar preparado quando for contatado. Além da cordialidade no e-mail ou no telefone, é fundamental demonstrar energia e interesse pela vaga.

Mensagem final: "Um cristão (aqui peço a permissão ao autor de utilizar: um candidato) despreparado é como um soldado montando um quebra-cabeça no campo de batalha". (Eduardo Soares)

Problema número 3: Abordagem inadequada nas redes sociais

Alguns candidatos abordam um possível recrutador em redes sociais de forma invasiva, insistente e inadequada, se oferecem para uma vaga que muitas vezes não faz parte do portfólio do trabalho daquele profissional, até mesmo sem verificar no perfil deste recrutador a empresa que ele trabalha ou tipo e nível de posições que ele anuncia, por exemplo: o candidato envia uma mensagem com grande volume de informações (das quais o recrutador não lerá) ou solicita que o recrutador entre em contato com ele para marcar uma entrevista.

Problema para o recrutador: volume de informações irrelevantes que muitas vezes não são agregadas no banco de currículo.

Problema para o candidato: pode ter a imagem vinculada ao inoportuno, perfil, não interessante para nenhuma empresa.

Solução: o candidato deve pesquisar perfil de recrutadores, que podem ser: profissionais de RH de empresas;  headhunters ou consultores de recrutamento e seleção, para estudar o perfil e para acompanhar as posições que aquele profissional anuncia, pode fazer a conexão com este profissional e quando oportuno, enviar uma mensagem, com uma breve apresentação do perfil (não mais que 03 linhas) e para verificar qual a melhor forma de se candidatar aos processos seletivos, esta atitude é vista, as vezes, como um pequeno inconveniente para o recrutador, mas é pouco provável que ele não dará um retorno e deste retorno poderá iniciar um relacionamento, principalmente, se o perfil do candidato for potencial para o recrutador. A conexão com o recrutador proporciona também que o candidato acompanhe as vagas já anunciadas que possuem características de acordo com o seu perfil e para que ele se inscreva nas vagas de acordo com a orientação dos anuncios.

Mensagem final:  Entre o silêncio e o diálogo... É melhor uma breve inconveniência que uma longa insistência. (Di Matioli)

Eu poderia continuar escrevendo muitas outras coisas sobre processos seletivos para ajudar profissionais em processos seletivos, mas acredito que estas dicas já ajudarão e fico a disposição para esclarecer demais questões por e-mail.

Até mais!

coachalinemorais@gmail.com